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Writer's pictureGabriel Sousa

Babilônia - Crítica: 3/5

Updated: Feb 23, 2023

Damien Chazelle - mais conhecida por La La Land: Cantando Estações - nesta obra, seu desejo por dramas musicais não mudou desde 2016. Desta vez, apostou num longa que mescla humor e drama. E desta vez, em Babilônia, sabemos o real valor de canções tão originais. O difícil é prender o espectador ao filme.


Entretanto, o roteiro de Damien Chazelle é sábio ao arquitetar tudo logo no início do primeiro ato. Apresentando seus protagonistas, desenvolvendo-os cada um com seus trejeitos, diálogos rápidos - porém rebuscados - e, com ajuda da montagem, os transforma em peças principais da trama, porém cada um em seu espaço. Como já apontei, o roteiro de Damien Chazelle é sábio. Porém, tem uma ajuda da montagem de Tom Cross. Seus cortes de ano em ano, de época em época e de local para local, é fundamental e surpreendente ao dar ênfase às falas dos personagens.


As atuações são sempre peças principais para filmes deste gênero de comédia. Ao contrário do que chamamos de ''comédias escrachadas", comédias dramáticas exigem mais dos atores. Por aqui, em Babilônia, vemos Brad Pitt mais do mesmo, Margot Robbie com uma perfomance mais forçada e até incômoda ao espectador, e Daniel Calva fazendo uma performance impecável. Suas cenas dramáticas não são tão exageradas - como por exemplo, a performance de Margot Robbie - e tendem a deixar seu personagem com mais seriedade, mais veracidade e com menos exagero em sua performance.


Usar a música de forma inteligente é para poucos - cito aqui Paul Thomas Anderson e James Cameron - e neste longa se faz presente em praticamente tudo do filme. Cenas musicais bastante envolventes e referentes ao seus figurantes - que por sinal, tem mais importância do que aparentam - e fazem com que o espectador mergulhe de vez na proposta do filme. A trilha sonora de Justin Hurwitz - assim como em La La Land tendo vencido o Oscar justamente nesta categoria - é fantástica, sendo mais um fator para a grande imersão do espectador.


Babilônia é sem dúvidas uma obra que Damien Chazelle mais trabalhou, mas infelizmente o preparador de elenco ao escolher protagonistas e figurantes, não optou por performances mais vivas, mais realistas. É um filme que deve ao drama, mas que não deve às canções.

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