A arte é política em todos os momentos. M. Night Shyamalan faz deste longa, um verdadeiro alerta à nós espectadores e a sociedade de modo geral. Shyamalan é conhecido por chocar o mundo com suas obras de suspense - como por exemplo, O Sexto Sentido, Corpo Fechado e suas sequências Fragmentado e Vidro - . Premissa excelente, e claro, com um desenvolvimento melhor ainda. Este longa nos transmite uma forma de nos envolver e apreciar esta obra.
No entanto, por ter uma premissa complexa, Shyamalan precisou ter uma precisão cirúrgica ao escrever este roteiro. O desenvolve com muita inteligência. No primeiro ato, há uma comovente cena, que já deixa o espectador com dúvidas e que será fundamental para o desenvolvimento da trama. Com uma narrativa tão perspicaz como esta, nos apresentando seus protagonistas dessa forma, já nos lembra outras obras, outros longas de suspense e mistério - cito aqui uma continuação de um clássico do terror de Stanley Kubrick, O Iluminado de 1980. Que sua continuação é Doutor Sono, de Mike Flanagan - . Estas obras têm isto em comum, e obviamente, todas são excelentes.
O clima que o filme estabelece, se deve ao fato de que, com uma trama tão envolvente assim, Shyamalan busca as emoções mais fundas do espectador. Que, em seus pontos mais fortes e tensos, a mise-en-scène contribui muito para isto. E um desses fatores, é o uso do figurino de seus protagonistas Eric e Andrew - interpretados por Jonathan Groff e Ben Aldridge, respectivamente - . Essa escolha, de um ponto de vista cinematográfico, é fundamental e feito com afinco. E como já citei, a mise-en-scène é quem sai mais favorecida, deixando esse clima mais tenso a medida que os planos vão alternando e mudando de personagem em personagem.
Entretanto, posso dizer que, o mais importante nesta longa, é sua cinematografia. Quando a fotografia é usada de forma mais objetiva, principalmente em suspenses, há aquela tensão que fica no espectador. Jarin Blaschke usa isto de uma maneira que nós fiquemos sempre curiosos e tensos para o que irá acontecer. Com planos médios girando entre o design de produção e os personagens, planos fechados mostrando suas expressões e uma iluminação com muita autenticidade, faz daquilo que citei, um verdadeiro espetáculo cinematográfico.
Batem À Porta é sem dúvidas um longa que nos traz emoções muito grandes, e com uma narrativa tão bem estruturada, não poderia ser diferente. É um filme tocante, tenso, chocante e emocionante que, com certeza, será uma obra que ficará marcada na filmografia de M. Night Shyamalan.
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