Depois de Um Método Perigoso, Cosmópolis, Mistérios e Paixões e o Clássico Crimes Of The Future, de 1970, David Cronenberg aposta num longa que intercala e oscila entre o Terror Sobrenatural e Ficção Científica. E esse belo projeto faz jus à essa premissa.
Os roteiristas pensaram cautelosamente para que o primeiro ato fosse de forma mais objetiva, com diálogos tranquilos e com mais distensibilidade. Isso faz com que nós expectadores fiquemos mais presos ao roteiro do que o próprio conteúdo do filme. Isso parece ser um certo defeito do roteiro, mas não é. Pois quem está preso ao roteiro necessariamente está preso ao conteúdo sublime do longa. Quando há a primeira ’virada’ do roteiro, no início do segundo ato, começamos a ter diálogos mais rebuscados, mais rápidos e com um ‘’ar’’ de repentinidade, como já apontei. Isso nos deixa confusos e até deixa as cenas mais cansativas, certo? Não! Isso deixa os planos mais curtos e com mais veemência do que planos mais longos e menos favorecidos à nós expectadores.
A Direção de fotografia é tão importante no quesito dar a beleza ao filme. Isso porque os Ângulos Contra-Plongée são muito bem arquitetados de uma forma que seus elementos do Design de Produção se sobressaem aos personagens, deixando a Mise En Scéne de certa forma, com uma certa ‘’proteção’’. Entretanto, em momentos de tensão temos um ‘show’ de Douglas Koch lembrando que os personagens e seus atributos são sumamente importantes para seu desfecho e que sua Trilha Sonora sobe o acorde quando há momentos de Aflição, apreensão ou estresse.
Crimes do Futuro é um filme complexo, evidente, composto mas que nunca se deixa levar pelos seus desleixos e falhas em seu conteúdo tão sublime. É um filme elevado e que pouco se repete deixando esse longa com mais virtuosidade.
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