O Dadaísmo, na literatura, é uma forma de arte contra o imperialismo e contra o capitalismo, sempre a favor do estado. Este longa nos traz uma verdadeira imagem dessa arte tão importante que, com a direção de Julian Rosefeldt, dá vida à treze personagens.
Entretanto, em seu primeiro ato, o longa é narrado apenas por sua fotografia. Com um plano aberto mostrando residências e planos fechados em personagens, temos uma grande vantagem ao assistir à Manifesto. Um pouco depois, ao ver esta obra, a partir do segundo ato fica claro o que Julian Rosefeldt quer nos mostrar. Manifesto é uma forma de nos mostrar uma arte Anti-Imperialista, Anti-Monarquista, erótica e social. Vemos várias figuras históricas - sejam elas marcantes ou não - e formas distintas do Dadaísmo.
Além dessas figuras que o filme cita, ficam também as treze performances de Cate Blanchett. Interpretar treze personagens em um só longa não é para qualquer um. Cate dá vida à treze personagens diferentes com performances diferentes, porém, com muita veracidade em todos os seus personagens. Com a ajuda do penteado, da maquiagem e do figurino de Bina Deigler - conhecida por Abraços Partidos e Capitães de Abril - , Cate Blanchett conseguiu transformar seus personagens em verdadeiras figuras enigmáticas.
O clima que Julian Rosefeldt estabelece ao longo da trama, por uma boa parte do filme, acaba sendo pela sua cinematografia, como já citei. Um plano fechado em movimento numa personagem, um plano aberto para mostrar uma grande cidade e planos médios mais escuros, já fazem desse fator que citei, uma verdadeira imagem dessa arte.
Em suma, o longa resiste ao roteiro e a montagem. Porém, sua cinematografia é impecável, deixando claro o porquê de tais ações, tais planos e alguns enquadramentos distintos. Manifesto é um filme que deixa claro o que ele quer transmitir ao espectador. É um filme que deve à escrita, mas que não deve à beleza.
Comments