Ainda estamos no início de uma década, mas uma década que deveríamos refletir sobre o assunto que este documentário em longa-metragem aborda. Indicado ao Oscar 2023, Daniel Roher apostou num longa que abordasse temas atuais que, apesar de serem de um país cujas condições são excelentes, temos o dever de refletir.
Cinema é arte, e arte é política por si. Tanto quanto para o lado de ativismo, quanto cultural. Este longa, trata-se de um alerta à nossa sociedade através da sétima arte.
No entanto, por se tratar de um documentário, análises deste tipo são distintas. As camadas do cinema são levadas em conta de que, em todos os sentidos, não tem a mesma proporção do que em outras obras - seja Drama, Comédia, ou até mesmo, obras de Terror - que são igualmente importantes, claro. Porém nestas obras de documentário - falo do gênero - se sobressaem, sem grandes ressalvas.
Contudo, Por ter um segundo ato muito curto, o filme perde um pouco da emoção do espectador. Porém, há uma coisa que o roteiro de Daniel Roher não consegue demover, que é justamente a imersão. Esse fator é o que conta ao assistir à Obra de Daniel Roher.
Em Documentários, como já citei, A Direção de Fotografia precisa ser impecável. Portanto, a Cinematografia de Niki Waltl é bastante interessante, ao ponto de nos introduzir ao longa de uma forma tão bela. O Filme conta com sua beleza por isso. Ele resiste ao seus problemas, seus defeitos e suas falhas por sua beleza, e o deixa instigante.
Entretanto, Navalny tem uma estrutura narrativa com bastante semelhança - digo isto por ser lenta - à obras de drama conhecidas pelo público, por exemplo, O Lobo de Wall Street e Pequena Miss Sunshine. Mas como disse igualmente na crítica de O Pai da Rita, ter uma narrativa lenta não quer dizer falta de imersão. Neste longa, ela é muito bem estruturada. Seu conteúdo é mais tardio, porém com mais objetivo.
Em suma, Navalny é um alerta, um chamado que, como citei na crítica de Batem À Porta, vale muito refletir sobre. Daniel Roher nos dá tudo aquilo que precisamos para nos deixar tensos, mas com uma tensão que se transforma em lição.
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