top of page
Search
Writer's pictureGabriel Sousa

Oppenheimer - Crítica: 4/5

Digamos que o maior esforço de um cineasta, ao dirigir uma cinebiografia, é retratar inúmeras épocas. E assim como citei na crítica de Napoleão, nem toda obra precisa servir à história. Contudo, porém, Oppenheimer não deixa um segundo sequer em vão, afinal, cada cena tem suas funções ao longo da sua extensa (porém, cativante) narrativa. E neste quesito, o cineasta Christopher Nolan tem um trabalho, digamos, modesto. Afinal, sua direção é também um bom elemento no longa. Mas Oppenheimer tem algo a mais, e neste caso torna-se um filme muito rico, narrativamente falando.

 

Roteirizado e dirigido por Christopher Nolan, o longa nos conduz a um julgamento. No caso, este é o julgamento do protagonista Robert Oppenheimer (Cillian Murphy). Apenas no primeiro ato, o filme já nos dá pistas do que viria em seguida. E cito aqui a sublime Montagem de Jennifer Lame. Seus cortes, além de precisos, são curiosos. E sempre deixando uma espécie de tensão no espectador. Tensão esta que predomina durante o primeiro ato inteiro. Entretanto, a medida em que a narrativa avança e se desenvolve, o filme perde um pouco essa pressa ao tentar gerar esta tal angústia e tensão.

 

Pois bem, o roteiro não segue uma ordem cronológica. Afinal, seu intuito é retratar a famosa bomba atômica criada por J. Robert Oppenheimer nos anos 40. E neste quesito, não é um roteiro convencional, mas sim uma forma de nos mostrar o físico e sua invenção que dizimou Hiroshima e Nagazaki. Sendo assim, isto não é um erro. Pelo contrário, é um acerto e tanto para a direção de Nolan.

 

Interpretado com cautela e calma por Cillian Murphy, o protagonista da trama é tratado de uma forma com que ele fique ileso. E, em outras ocasiões, poderia facilmente apontar isto como um erro do roteiro. Porém, em Oppenheimer isto torna-se um acerto. Afinal, sua performance é sublime, sem muitas exaltações. Calmo, cauteloso e sábio, Murphy dá vida ao personagem. Contudo, diria que este não seria um acerto da direção, mas da ótima performance do ator.

 

No entanto, ainda há um grande destaque na sua parte técnica – como eu já havia falado -. O design de som do longa é algo sobrenatural. É praticamente impossível ter esta precisão, ainda mais tratando-se de um filme de guerra – e, claro, juntamente à ótima trilha sonora de Ludwig Göransson.

 

Em suma, Oppenheimer serve tanto para a história, quanto para à sua narrativa. Oppenheimer é um filme épico, histórico e que nos dá mais do que há em sua simples premissa.

18 views0 comments

Recent Posts

See All

Crônica - Um Jovem Excêntrico

CRÔNICA – UM JOVEM EXCÊNTRICO   Por uma simples história, é válido dizer que o tempo em que se gasta para ouvi-la, é totalmente...

Comments


Post: Blog2_Post
bottom of page