Depois de Vingadores: Ultimato, a Marvel não vem trazendo filmes bons como em anos anteriores. Isso pode explicar-se facilmente, tanto pela perda de Stan Lee quanto a falta de criatividade para desenvolver uma trama e um roteiro instigante para o expectador. Mas em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, temos uma ótima recompensa após todos esses filmes medianos dessa quarta fase da Marvel.
Pela perda do protagonista da trama, o ator Chadwick Boseman, confesso que fiquei pensativo e tendencioso à achar que esse longa seria simples e vazio, mas a direção nos surpreende. A escolha da direção de colocar Tenoch Huerta como Namor, Angela Bassett como Ramonda e principalmente Letitia Wright como Shuri, a nova Pantera Negra, foi sensacional e muito premeditado. No entanto, Letitia Wright, que dá vida a Shuri, é sensata oscilando entre a seriedade e o humor cômico. Uma verdadeira atuação, digna de uma personagem tão versátil e inesquecível por sua atuação anterior, como já havia apontado.
Falando em aspectos que deixam a obra mais embelezada, não podemos deixar de citar a direção de fotografia. E nesse longa nos dá a impressão que o filme que fazer exatamente o oposto daquilo que tem de ser realizado. Talvez a fotografia mais escura e apagada que Autumn Durald já fez. Infelizmente isso acaba prejudicando a imersão do expectador. Cenas em que há diálogos ou até mesmo ação, luta e violência com uma cinematografia apagada e discreta é uma quebra total de expectativa e continuação para as cenas.
Por ter um primeiro ato muito longo, o roteiro precisa ter muito cuidado e fazer com afinco cada fala e cada movimento. E o roteiro de Ryan Coogler e Joe Robert Cole faz desses detalhes uma ótima narrativa. Nos apresenta cada época em que é retratada no filme de uma forma de esquema e/ou estruturada. E digamos que, em partes, façamos desses trejeitos algo positivo para a trama, pois com um segundo ato fluindo rapidamente, vemos que tais pontos são muito bons para a narrativa e para o filme de modo geral. Entretanto, no clímax do terceiro ato vemos mais do mesmo. Mas com isso não quero afirmar que isso é algo negativo. Ao contrário, mesmo que nós já nos habituássemos a crer que o desfecho seria esse, ficamos satisfeitos de qualquer maneira, pois seu conteúdo e seus artifícios usados para concluir o que já havia em sua premissa é sem dúvidas: emocionante.
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre é tocante e encantador. É um filme com muita emoção e que Ryan Coogler e Kevin Feige acertaram em cheio nesse longa com uma retórica inegável.
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